Audiência Pública em Diadema: problemas do campus ainda estão longe de terminar

Mais de duzentas pessoas, entre docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos, participaram no dia 27 de junho da Audiência Pública sobre o campus Diadema da Unifesp, que contou com a presença da reitora Soraya Smaili e da diretora acadêmica Virginia Junqueira. A Adunifesp-SSind. realizou uma intervenção representando o Conselho de Entidades da Unifesp.

A conclusão da Audiência Pública foi de que após quase sete anos de existência, boa parte do campus Diadema da Unifesp e seu Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, o ICAQF, ainda precisam sair do papel.

Com apenas dois prédios próprios, e outros dois um emprestado e outro alugado que deverão ser entregues em breve, o campus não consegue suprir a falta de sala de aulas, laboratórios didáticos e de pesquisa, restaurantes universitários, moradia estudantil, creches, serviços de manutenção e de muitos itens responsáveis pela extensão universitária. Consequentemente a missão universitária e sua principal aspiração de promover efetivas transformações socioeconômicas no município de Diadema e na região do ABCD paulista, continua profundamente prejudicada.

Identificamos uma mudança na dinâmica de gestão da universidade, que tenta equacionar o acúmulo de erros políticos e administrativos do processo de expansão desordenada da Unifesp, e uma maior predisposição de diálogo político com a comunidade para transformar positivamente a Unifesp. Entretanto, a velocidade máxima das ações propostas estão aquém da demanda apresentada, e não se vislumbram a curto prazo soluções plausíveis à insustentabilidade do ICAQF, considerando que várias das ações resolutivas dependem de agentes externos à Instituição, como a prefeitura de Diadema e o Ministério de Educação (MEC).

Diante do panorama apresentado e discutido, o Conselho de Entidade da Unifesp rejeitou as hipóteses de novos gastos públicos com espaços alugados e improvisados, e advertiu que se os problemas apurados não forem resolvidos, o ingresso de novos estudantes no campus em setembro de 2013 será significativamente prejudicado, podendo até ser suspenso nos próximos dois anos, 2014-2015.

Sendo assim, o Conselho de Entidade sugeriu – e espera ser atendido – uma nova audiência pública para os próximos 30 dias, com a participação da diretoria acadêmica do campus, da reitoria da Unifesp, da prefeitura de Diadema, do MEC, e de entidades e parlamentares vinculados ao projeto original do campus, com o intuito de identificar uma solução política, administrativa e duradoura para os problemas de funcionamento do ICAQF.

Essa nova audiência deverá ser precedida por uma exaustiva rediscussão do projeto pedagógico e administrativo do campus, que necessariamente terá que ser reconstruído pela congregação, com ampla consulta à comunidade. Isto deve subsidiar as decisões sobre a utilização otimizada dos novos espaços que possam ser adquiridos, que por sua vez permita materializar efetivamente a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, principais pilares de uma universidade pública, que anseia ser uma das melhores do Brasil.